sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

"Pra não dizer que não falei das flores"



O sucateamento do país em favor de interesses escusos
No Brasil os políticos adotam a anos uma prática que vem passando de geração em geração, que é elaborar um discurso Foto Folha - Fernando Donasci
bonito para dizer a sociedade, prometendo melhorar algum setor ou segmento, seja ele econômico ou social, mas que quase sempre, por traz desses discursos a verdade são interesses próprios e escusos, e temos exemplo disso na saúde, nos transportes e no ensino, dentre outros.
De ensino público modelo à sucata
Nós tínhamos o melhor modelo de ensino público no país, até a década de 1970, quando o estado [os governantes] começaram a depreciação do ensino, achatar os salários dos professores em favor dos grandes grupos privados, e hoje, o que temos é um ensino público de péssima qualidade, uma liberalidade impar aos alunos, e quem e pode e quiser, ter uma melhor formação acadêmica, tem que pagar caro pelo ensino privado, o que a maioria da população não tem condições, e ai se prepara um discurso demagógico de “Universidade para todos ”universidade formando analfabetos e despreparados, aliás está em moda e em alta, ser analfabeto e despreparado no Brasil para assumir os cargos mais importantes, só que na iniciativa privada isso não funciona, e lá tem que se fazer prova de título e competência, caso contrário está demitido.

O sucateamento do transporte ferroviário
Tínhamos uma excelente malha ferroviária que cortava o país de norte a sul, leste a oeste, e os caminhões, pegavam os produtos na plataforma e levava até a loja próxima na cidade, e se remeteu a rede ferroviária a um processo de sucateamento de sua malha, que era um transporte mais barato e com capacidade maior de transportar passageiro e carga. Tudo isso em favor do caríssimo, “desenvolvimento rodoviário”, e em nome desse desenvolvimento, que na verdade o que estava por traz do discurso, era interesses escusos, para atender os interesses sim, da indústria automobilística mundial, que já vislumbrava no Brasil, com suas dimensões continentais, um potencial consumidor de seus produtos, veículos de cargas, passageiros e passeio, e com isso a malha ferroviária brasileira foi relegada a sucata, abandonada, retirado os investimentos para manutenção e expansão das ferrovias deixando-a praticamente acabar, e hoje vemos ao longo da rede, diversos “cemitérios” com trens que no auge ajudaram ao engrandecimento do país no transporte de carga e passageiros, como do Rio para São Paulo, Minas Gerais, Paraná e outros.

O país nunca se incentivou a tecnologia da indústria ferroviária, como fazem os europeus e asiáticos, que enxergaram a milênios, que esse é o verdadeiro transporte de massa, e o que se vê hoje é um transporte rodoviário de carga e passageiro, caro, com combustível caro e escasso, com recordes e mais recordes de engarrafamentos nas grandes cidades, com uma poluição inaceitável ao que suporta o organismo humano, provocando doenças crônicas, e em cidades como São Paulo, onde não há vias expressas para escoamento do trânsito, o poder público tem que ativar um chamado “rodízio” que na verdade não resolve nada, o que acontece é que a maioria da população que possui carros ao invés de adquiri um modelo mais novo, adquire dois mais velhos, com finais de placas diferentes para não ter que ficar sem condução própria para trabalhar em determinados dias “do seu rodízio”.

Por sua vez os governos que tem o dever de manter a viabilidade de tráfico nas estradas, como a conservação, que é cara, levando-se em consideração que asfalto é como sola de sapato, tem sempre que se estar sempre trocando meia sola ou sola inteira, manutenção, se não cria buraco, e sem estradas para se trafegar transportar pessoas e escoar a produção, ela se perde, causa prejuízo ao país e aos produtores e o país para, e ultimamente a situação anda tão alarmante, e o desleixo dos governos tamanho, que a justiça tem interditado em várias estradas e interditado, e dado prazo ao governo responsável, estadual e federal para que cuide de providenciar a manutenção e o recapeamento. Mas sempre próximo aos anos eleitorais, como agora, por exemplo, o governo, fica três anos de desleixo e sem cuidar da manutenção das estradas, e quando chega próximo às campanhas eleitorais, vem a público e diz na imprensa e faz um estardalhaço, e anuncia R$ 450 milhões para a recuperação das estradas, e diz “é um absurdo a situação que as estradas se encontram”, como se houvesse outro culpado por essas situação, como se houvesse outro culpado por não executar o orçamento para fazer superávit público. É como o caloteiro que deixa de pagar a quem deve, vai para a barraca da favela tomar cachaça, com os bolsos cheio de dinheiro, e todos os idiotas incautos o elogiam de sua falsa riqueza.

Das estradas de rodagem, sobretudo as federais as BR101 e BR102, que cortam o país de norte a sul, e outras de igual importância, depende o escoamento da produção e nosso desenvolvimento, e não se pode ser irresponsável ao ponto, de se ficar três anos no poder sem investir em infra-estrutura recuperação das estradas, sistema de transporte em geral, para o escoamento da produção e da exportação, e o que se sabe, noticiado exaustivamente pela imprensa, sobretudo a safra de grãos, é que o país perde cerca de 20% dos grãos, em estradas mau conservadas, aliado ao transporte inadequado desses produtos.

A depreciação e o caos na saúde
Na saúde a situação é idêntica, tínhamos os IAPs da vida, IAPI, IAPB, IAPTEC, e outros, e o que se fez na década de 60, foi unificar tudo em um só INPS, depois INSS hoje Previdência Social. O fato é que os IAPs, além de prover a saúde de seus filiados, ainda construíam conjuntos residenciais de boa qualidade, para eles, e era infinitamente mais espaçosos e mais baratos que os preços das contribuições praticadas hoje, e o que aconteceu, é que hoje o governo tem uma previdência deficitária, que não remunera dignamente e na proporção equânime a quem deu longos anos de sua vida para o desenvolvimento do país.
Mas remunera muito bem, os estelionatários, que se aposentam com falcatruas e expedientes como, “vítimas” da revolução, ex-presos políticos, que nunca levaram um tapa, que se esconderam na clandestinidade ou saíram do país, que deveriam ser falecidos políticos, que o país hoje não estaria passando pelo roubo e vergonha que está, para não armar contra a nação e ajudar aprovar leis para se auto-beneficiar, sangrando os cofres públicos, sem nunca ter trabalhado, enquanto que o verdadeiro trabalhador, que deu sua parcela eficiente de contribuição ao país, a ele, é sonegado todos os direitos, e roubado a proporção de contribuição que ano a ano vai diminuindo, chegando ao ponto de a maioria ter que recorrer ao judiciário para pedir revisão de pensão, já que quando se aposentam ganham 5/6 salários mínimos, legítimos, e com o passar dos anos essa parcela vai caindo e na maioria dos casos cai para 1 salário mínimo, o que é uma falta de respeito com quem realmente contribuiu e deu sua parcela de sacrifício para o desenvolvimento do país, enquanto os estelionatários, os parasitas da sociedade, que na maioria, nunca trabalharam efetivamente, só contribuíram para aprovar leis para se beneficiar com autos salários.