quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Presidente do TSE abre a campanha política chamando a sociedade à responsabilidade

Ministro Marco Aurélio / Foto/STJ


O Ministro Marco Aurélio de Mello, presidente do TSE - Tribunal Superior Eleitoral, com muita propriedade, inovou na abertura da campanha política de 2006, ao fazer seu pronunciamento abrindo a campanha eleitoral, em rede nacional de Rádio e TV, em última análise, falou o que já vimos falando aqui no nosso “pasquim” desclassificado há muito tempo, é só verificar as matérias anteriores abordando o assunto. Chamou a sociedade, os eleitores, à responsabilidade, e falou claramente, em outras palavras, que o Congresso Nacional, os Poderes Executivos, federal e estaduais, as Assembléias Legislativas, são o espelho da sociedade.

Acusou a sociedade por irresponsavelmente, sem se deter e examinar atentamente o seu candidato, num ato que deveria ser da maior responsabilidade, o voto, é encaro com o maior descaso, e corroboramos com ele quando a sociedade usando os argumentos irresponsáveis de que, “os políticos são todos iguais”, “todos roubam” “não tem político honesto”, “qualquer um está bom”. Se nossa sociedade fosse mais responsável na hora de escolher e votar em um candidato, encarasse esse ato como um ato de cidadania plena e que de cada voto depende o futuro e o legado que vamos deixar para nossos filhos, netos e gerações futuras, e não trocássemos o voto por um copo de cachaça, um botijão de gás, o asfaltamento superfaturado de uma rua, a humilhação de transformar um cidadão em um mendigo oficial do estado, ao invés e prover meios, não de dar o peixe, mas dar-lhe a vara e ensina-lo a pescar, não de dar-lhe a cesta básica, mas de prover condição dele dignamente adquirir e incentiva-lo a trabalhar e não se entregar a condição de miserável, já que se sair daquela condição, ele perderá o benefício.

Para o Ministro Marco Aurélio os políticos envolvidos em escândalos “não são dignos de respeito e muito menos voto”

Citando o deputado Raul Fernandes, um dos constituintes de 1934, disse “O Poder Legislativo se corrompe e se corrompera desde suas origens”. Acusou a sociedade de votar mal e escolher sempre políticos que costumeiramente são acusados de corrupção e disse que “A sociedade não é vítima mas autora. Somos responsáveis pelos políticos em geral, pelos homens públicos que aí estão”. Disse ainda que a atual crise “um verdadeiro escárnio” pode, porém, “criar u Brasil melhor e mais fidedigno”, a partir do voto consciente, e acrescentou “quem não obedece a lei não merece respeito e muito menos o seu voto”.

Não poupou nem a Justiça Eleitoral, por aprovar contas com ressalvas alegando que esse procedimento não poderia existir, o que concordamos em gênero número e grau, ou as contas do político batem, fecham ou não fecham, deveriam ser reprovadas. "O Judiciário, talvez por não contar com a estrutura, tomou como faz-de-conta essa prestação. Daí surgiu uma figura interessante, que lembra a coluna do meio da loteria esportiva: a aprovação das contas com ressalvas. O que é isso? Ou bem as contas estão em harmonia com o figurino legal ou não estão e precisam ser rejeitadas"

Sem fazer alusão aos escândalos recentes, condenou o volto nulo e disse "o momento requer a maior atenção" "Eles decidirão sobre quase todas as coisas que afetam a nossa vida, mas, no dia 1º de outubro, você será o patrão, o chefe", "É preciso não esquecer que as conseqüências das eleições são duradouras. Não se omita, nem desanime." "o momento requer a maior atenção", "Observe a situação de hoje a exigir de todos nós muita responsabilidade. Sim, devemos exercer a cidadania com os olhos voltados à preocupação com o bem-estar geral, com o patrimônio público".

Pediu que a sociedade preste atenção "no que dizem e como se comportam, no que fizeram no passado e, principalmente, de saber se essas pessoas são de fato corretas e cumpridoras dos deveres". Classificou os envolvidos em escândalos como "não são dignos de respeito e muito menos de voto"

Descreveu como "um verdadeiro escárnio", pode, porém, "criar um Brasil melhor e mais fidedigno", a partir do voto consciente, que ele pregou ontem à noite em pronunciamento por rede nacional de televisão e rádio. "Quem não obedece à lei não merece respeito e muito menos o seu voto",

Marco Aurélio conclamou a sociedade para uma revolução nas urnas e disse "É hora de nos prepararmos para a verdadeira revolução, que é a revolução pelo voto. Aproveite, eleitor, o conhecimento adquirido com a propaganda eleitoral e não se omita quanto ao que pode e deve fazer em benefício da nação, do crescimento geral".

Citou a proposta, indecorosa, de Lula de instalar uma constituinte "Já se falou em Constituinte. Para quê? Vamos amar um pouco a constituição moderna." Em sua opinião, o Brasil não precisa de mais leis, mas de homens públicos e de cidadãos que se envergonhem de atos de corrupção, disse numa alusão a conclamar os imorais a respeitar a atual constituição em vigor já que está em vigor e não foi revogada.

Veja a matéria completa da Folha online
Presidente do TSE diz que sociedade elege os maus candidatos

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