domingo, 28 de maio de 2006

Quando o crime compensa


No Brasil entramos numa fase em que, se um jovem incauto, parar para analisar os acontecimentos da vida brasileira, vai chegar à conclusão de que no Brasil o crime compensa, e temos, vida a fora, diversos exemplos dessa máxima no nosso dia a dia.

Existem várias instituições, entidades, órgãos de imprensa e sobretudo os políticos oportunistas, que vislumbrando, respectivamente, notoriedade, destaque, audiência, promoção pessoal, e status, invertem a lógica dos padrões normais de comportamento da sociedade e passam a defender bandeira de bandidos, como se santos fossem.

E tentam convencer as pessoas ou induzi-las de que o criminoso é um coitado, está certo em ter praticado o crime, e que a sociedade produtiva, que lutou, batalhou, investiu em si, estudou, para conseguir alguma coisa na vida e virou vítima do delinqüente, está errada, tinha que pegar tudo que lutou para conseguir, e dividir com os vagabundos, que se dizem “excluídos” e “sem oportunidade”, quando na verdade, tentaram um caminho errado e se deram mal, foram pegos em flagrante, e não tem nada de coitadinho não, são vagabundos mesmos e todos esses canalhas que os “protegem”, com único intuito de faturar de alguma forma, levantando a bandeira de "humanitários" ou "direitos humanos", são tão criminosos quanto eles, por incentivar de certa forma a pratica de crimes.

Seqüestradores do empresário Abílio Diniz
Um bando de criminosos comuns, seqüestrara o empresário, presidente do Grupo Pão de Açúcar, Abílio diniz, mantiveram-no em cativeiro, exigiram resgate, e quando se viram presos em flagrante, e tendo uma pena pesada para cumprir, orientados por seus advogados, argüiram crime político, de uma facção política inventada. E foi lá acolhe-los e interceder por eles vários canalhas, oportunistas e clientelistas, órgãos de imprensa, vislumbrando, única e exclusivamente, notoriedade na imprensa, votos e audiência, e intercederam e o governo, frouxo da época, libertou os bandidos.

Pimenta Neves
Assassino confesso da jornalista num Aras de Atibaia SP, após ela desmanchar o namoro, e não querer mais ficar com ele, matoa a tiros, ficou preso no máximo 2 anos e recentemente ganhou liberdade, a jornalista, está morta, sua família nunca mais há terá de volta, e essa sim, a família, pegou “condenação perpétua”, por nunca mais ter sua ente querida de volta.

Edinho - filho de Pelé
Flagrado em conversa com traficantes, acertando apontamentos, encontros e venda de drogas, em conversa na delegacia, sem saber que estava sendo gravado, declara ao jornalista da Rede Record, que é tudo com ele mesmo, e ele da graças a Deus de ter sido preso agora que nada de mais ainda tinha acontecido, mas que ele estava envolvido com drogas, como viciado e traficante. Poucos meses depois ele é solto, e está desfrutando do que ganhou no tráfico de drogas.

Dona Vilma
Seqüestradora confessa e comprovada cientificamente do menino Pedrinho, e mais algumas crianças, hoje adultas, em Minas Gerais, passou alguns meses na cadeia e esta semana também foi solta, e está desfrutando e descansando do desgaste da cadeia num sitio nos arredores de Belo Horizonte.
Paulo Maluf
Esse é o caso mais tenebroso, escabroso e vergonhoso para a justiça brasileira. Um cidadão que segundo a imprensa nacional, tem farta coletânea de provas e denuncia todos os dias a pelo menos 20 anos, um rosário de crimes por ele cometidos, um assaltante de alta periculosidade, envolvente, envolveu seu filho e a família em seus crimes, que rouba, assalta os cofres públicos, desvia verbas, superfatura obras, produtos e serviços, manipula e elabora licitações fraudulentas, cada vez que é eleito dirigente político. Manda dinheiro para o exterior e paraísos fiscais, e descaradamente vem a público, através de entrevista a imprensa e nega tudo, diz que é santo, mesmo diante das inúmeras e irrefutáveis provas da polícia, do Ministério Público e da justiça. Seus inúmeros processos se arrastam na justiça a mais de dez anos, com seus advogados aplicando recursos, embargos, pedidos de vistas e outros “remédios jurídicos” diz que o dinheiro não é dele, que nunca mandou um centavo para fora do país ou paraíso fiscal, faz uma ceninha indo a um cartório e assinando uma escritura pública, doando todo dinheiro seu que for encontrado lá fora a quem o encontrar. É flagrado, em gravação autorizada pela justiça, tentando ameaçar um doleiro, principal testemunha de seus crimes, o mesmo seu aliado que enviou milhões de dólares, roubados do Brasil para os paraísos fiscais.

É pedida sua prisão preventiva, por coação e caracterizar uma ameaça a testemunha, a justiça acata e decreta sua prisão, e ai começa o trabalho, de certa forma fácil dos advogados, face a fragilidade de nossas leis penais, muito eficientes para liberar presos, difíceis e ineficientes para mantê-los na cadeia, sobretudo se forem famosos e influentes. Experts no assunto, PhDs, os melhores advogado dos Brasil, são contratados pelo poderoso Paulo Maluf e seu filho, depois de esgotarem todos os recursos legais e “remédios jurídicos” o orientam a deixar a barba crescer, simular doenças graves na cadeia, risco de vida, enquanto seus advogados enchem o Tribunal com petições e recursos, pedindo sua liberdade, por "questões humanitárias", até que conseguem convencer e sensibilizar o Tribunal, e um Magistrado da mais alta corte do país, libera o alvará de soltura, fundamentado, não no texto da lei, mas em “questões humanitárias”, extensivas a seu filho, fundamentando a decisão em que "é uma humilhação", para uma pessoa como Maluf e seu filho, de seu quilate, estão vivendo no cárcere, e Maluf e seu filho são libertados. A justiça arrasta e nunca consegue concluir seus processos e julgar definitivamente.

Data vênia máxima, concordamos em gênero número e grau com o magistrado, não pelo lado humano, que foi a saída engendrada pela defesa, depois de esgotados todos os meios legais para soltar Maluf, só lhes restavam simular doença grave para comover a justiça. O fato é que percebe-se nitidamente, que incomoda a própria justiça, uma pessoa do nível social e do circulo de amizade de Paulo Maluf, rico, poderoso, e cada vez que assume um cargo político, duplica mais ainda sua fortuna, gravado, e flagrado cometendo inúmeros crimes, não deve ficar realmente na cadeia.

Partindo dessa premissa, chegamos a conclusão que o pobre do Fernandinho Beira Mar, um coitado filho de família nordestina, favelados da favela Beira Mar em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense no Rio de Janeiro, é apenas mais uma “vítima da sociedade”, [é bonito e ta na moda dizer isso, maneira que arranjaram para justificar o crime], sem oportunidade na vida, [outra frase em moda pelos demagogos e intelectuais de merda pra justificar a escalada da violência pela omissão, conivência e até envolvimento dos dirigentes políticos] descambou para o tráfico de drogas, que era o que se oferecia na favela onde foi criado, mas nunca roubou ninguém, até ser transformado no monstro que a sociedade [imprensa] o transformou, e agora essa mesma “sociedade ingrata” o transforma em seu inimigo número.

Analisando casos piores, como o próprio Maluf, e os escândalos que temos vistos na CPIs que assolam o Brasil e estão em liberdade, com todo mundo negando tudo e dizendo que não sabia de nada, nem fez nada. Fernandinho é um santo, vende um produto que 60% da classe média brasileira consome, mas nega, embora nào resistam a 3" de teste do xixi ou sangue. Não obriga ninguém a ser seu cliente, lhe pagar propina, nem faz extorsão, só nos resta libertar o coitadinho do Fernandinho, afinal, “tráfico de drogas e armas é uma coisa que se pratica sistematicamente no Brasil, financiado e consumido pelas “elites”, porque pobre não tem dinheiro para comprar cocaína e maconha, Fernandinho é mais uma vítima de uma coisa simples, que vive dentro das mansões e Apts de todo mundo, só isso”.


A verdade é que em qualquer país com dirigentes sérios e com vergonha na cara, do mundo, essa escória estava toda na cadeia, condenados a prisão perpétua, no mínimo, e em alguns países do Oriente Médio, por exemplo, condenados a morte e executados em praça pública, para servir de exemplo e desencorajar aqueles que pretendiam cometer crimes semelhantes, aqui o recado é outro, é mais ou menos assim “vejam os exemplos, cometam o crime, que a lei é branda, os advogados libertam e você não fica mais de dois anos preso, e pode até ficar famoso, e quando sair vai desfrutar do produto e resultado de seu crime, o crime compensa”.

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